Estudantes fizeram lanche compartilhado, levaram doações e puderam conhecer um pouco mais sobre a história dos refugiados
Estudantes do 8º ano da Escola SESI visitaram nesta segunda-feira, 9 de maio, a Chácara Aliança, em Rio Branco, onde funciona uma casa de passagem de imigrantes mantida pelo governo do Estado. No local, onde vivem atualmente 54 pessoas, os alunos fizeram um lanche compartilhado, levaram doações, promoveram diversas atividades e puderam conhecer um pouco mais da história dos refugiados.
De acordo com a professora Luciana Cristina, a iniciativa de visitar o local partiu dos próprios estudantes. “Na nossa disciplina de Geografia, estudamos sobre as imigrações internacionais. E uma das atividades tinha como proposta os alunos saberem sobre as áreas de imigrantes na cidade, onde eles ficavam abrigados e outras informações. Então, surgiu a ideia, por parte dos estudantes, de fazermos uma vivência. Entramos em contato com a Secretaria de Assistência Social, que realizou uma palestra sobre o tema, explicando os movimentos migratórios no Acre. E agora é a vivência, com um momento de recreação para os estudantes conhecerem a história dessas pessoas. Os alunos tiveram a ideia de doar roupas, sapatos, brinquedos, realizar um lanche compartilhado, gincanas, bingo, roda de conversa e outras ações”, detalha a docente.
Suzana Rocha, coordenadora da casa de passagem, diz que o governo do estado é responsável por manter o local e fornece três refeições diariamente, além de kits de limpeza e higiene pessoal aos imigrantes. “Temos também atividades lúdicas e parcerias com algumas instituições, mas uma ação como essa dos alunos da Escola SESI é muito importante, pois oportuniza um momento de convívio desses imigrantes com a sociedade, algo que deixa essas pessoas mais felizes”, destaca.
Um dos líderes da ação, o estudante Vitor Gabriel, de 13 anos, diz que o projeto ‘Vida de Imigrantes’, da disciplina de geografia, proporcionou uma visão mais real sobre a situação dos refugiados. “Assim foi possível saber mais sobre xenofobia, entender o motivo pelo qual eles saíram desses países e como vieram parar em nosso estado”, comentou o aluno. “Foi extremamente relevante ver de perto a situação dos imigrantes, conhecê-los e compartilhar experiências. E tivemos essa ideia de organizar um lanche, arrecadar doações e ajudar de alguma forma”, acrescenta a estudante Denice Maria Ramadar, de 13 anos, que também foi uma das organizadoras da iniciativa.
GRATIDÃO – Daneidy Bermudez saiu de seu país, a Venezuela, há quatro anos, juntamente com seu marido e os três filhos, com o objetivo de fugir da crise econômica. Nesse período, passou por Colômbia e Equador, antes de chegar ao Brasil. Motorista de carreta, ela pretende ir para Foz do Iguaçu (PR), onde diz que existem oportunidades de emprego em seu ramo e há um primo esperando sua família. Ela contou que foi um momento de alegria receber os estudantes do SESI.
“O sentimento é de gratidão, pois vieram interagir, conversar conosco e com os nossos filhos. Receber esse carinho, ter contato e socializar é muito bom para nós que vivemos nessa situação adversa. Aqui no Brasil, de uma forma ou de outra, me sinto como se estivesse em meu país”, ressalta Bermudez.